Em resposta a um movimento coordenado de Reino Unido, Canadá e Austrália, que reconheceram formalmente a Palestina como um Estado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que “não haverá um Estado palestino”. A afirmação intensifica as tensões em um momento de realinhamentos diplomáticos e crescente pressão internacional por uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.
O reconhecimento da Palestina por esses três países eleva o número total de nações a cerca de 140, aderindo a um movimento global que busca uma resolução pacífica e duradoura para o conflito. Reino Unido, Canadá e Austrália já haviam sinalizado sua intenção em ocasiões anteriores, solidificando seu compromisso em um documento conjunto assinado em julho.
Netanyahu respondeu duramente à iniciativa, afirmando: “Durante anos eu impedi a criação de um Estado palestino, apesar das pressões internas e internacionais. Fizemos isso com determinação e com sabedoria diplomática”. Ele ainda adicionou: “Além disso, dobramos o assentamento judeu na Judeia e Samaria – e continuaremos por este caminho”.
O primeiro-ministro israelense também criticou o premiê britânico, Keir Starmer, acusando-o de “dar uma grande recompensa ao terrorismo”, em referência ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, evento que desencadeou o atual conflito. Netanyahu indicou que emitirá uma resposta formal à decisão após seu retorno de uma viagem aos Estados Unidos, onde planeja se encontrar com o ex-presidente Donald Trump e o presidente argentino Javier Milei.
A decisão do Reino Unido carrega um peso simbólico significativo devido à sua relação histórica com a criação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial. Ao anunciar a medida, Starmer declarou: “Hoje, para reavivar a esperança de paz para os palestinos e israelenses e uma solução de dois Estados, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”.