Em um encontro surpreendente na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a questão do ex-presidente Jair Bolsonaro durante uma reunião com Donald Trump. A informação foi confirmada por Márcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que integrou a comitiva brasileira.
A menção a Bolsonaro surgiu de forma indireta, a partir de uma pergunta feita a Trump em uma entrevista prévia ao encontro. Segundo Rosa, a oportunidade permitiu que Lula expressasse suas críticas à aplicação da Lei Magnitsky, que impôs sanções a autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula classificou as sanções como “injustas”, defendendo que o Brasil respeita o devido processo legal. “O presidente Lula utilizou como exemplo a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky em relação a algumas autoridades, como do Supremo Tribunal Federal, porque respeitou-se o processo legal e não há nenhuma perseguição”, detalhou Rosa.
De acordo com integrantes da delegação brasileira, Trump ouviu atentamente as observações de Lula, mas optou por não se manifestar sobre o tema específico. O encontro entre os líderes, conforme o Itamaraty, também abordou questões econômicas, como as tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros, sendo considerado “positivo e produtivo”.
Apesar da discussão sobre a Lei Magnitsky e a menção indireta a Bolsonaro, a reunião focou principalmente em fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, abrindo caminho para futuras colaborações em diversas áreas.



