Empresária de Londrina leva choque de 220 volts ao tentar usar carregador de celular em hotel de Florianópolis

A empresária e psicóloga Juliana Roncaratti, de Londrina (PR), sofreu um choque elétrico de 220 volts ao tentar conectar o celular a um carregador em um hotel de Florianópolis (SC), no último dia 18 de outubro. No momento do acidente, ela estava descalça e com o cabelo molhado, o que aumentou a intensidade da descarga, segundo a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).

Juliana contou ao g1 que havia acabado de sair do banho e se preparava para dormir quando percebeu que o conector do carregador — que não era original do aparelho — havia se soltado. Ao tentar encaixá-lo novamente, recebeu a descarga elétrica.

A força do choque causou contrações musculares intensas, fazendo com que ela batesse o rosto na parede e sofresse ferimentos na boca e no rosto. Em seguida, Juliana teve uma convulsão, caiu e bateu a cabeça no chão, abrindo um corte na parte de trás da cabeça.

Sua sócia prestou os primeiros socorros e acionou a equipe do hotel e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

“A única coisa que lembro é de abrir os olhos e ver o quarto cheio de gente, mas eu não reconhecia ninguém. Não sabia onde estava, quem eu era, não conseguia falar”, relatou Juliana.

A perda de memória durou cerca de seis horas. Após atendimento médico, ela iniciou tratamento neurológico e deve tomar, por um mês, medicação anticonvulsivante. Os exames não apontaram sequelas.

“Os médicos disseram que o choque poderia ter sido fatal”, afirmou a empresária.

Segundo o engenheiro eletricista Edson Martinho, diretor-executivo da Abracopel, o mais provável é que o carregador paralelo tenha falhado, entregando tensão de 220 volts diretamente ao corpo da vítima. O risco foi agravado pelo fato de Juliana estar descalça, o que facilita a passagem da corrente elétrica.

Martinho reforça que carregadores originais são projetados para converter 127 V ou 220 V em apenas 5 V, a tensão segura para o celular. “Quando há falha — especialmente em carregadores falsificados —, essa conversão pode não ocorrer”, explica.

O especialista alerta ainda que nunca se deve manusear aparelhos conectados à tomada, nem tentar reparos enquanto estiverem plugados. “E o ideal é não usar o celular enquanto ele está carregando. Em caso de falha, os 220 volts podem ser transferidos para o aparelho”, completou.

fonte: g1.globo