O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elevou o tom das críticas ao governo Lula (PT) ao questionar publicamente os resultados da reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O encontro, que visava atenuar tensões e restrições comerciais, tornou-se alvo de controvérsia após as declarações do parlamentar nas redes sociais.
Bolsonaro utilizou o X (antigo Twitter) para expressar seu descontentamento com a postura de Vieira após a reunião. Ele insinuou que a falta de entusiasmo e a brevidade da declaração do chanceler indicavam a ausência de avanços significativos. “Quando saio de uma reunião produtiva, minha cara é feliz e eu tenho muito a dizer”, escreveu, contrastando com o que percebeu na atitude de Vieira.
O deputado alegou que o governo brasileiro não obteve sucesso nas demandas apresentadas, citando a manutenção das sanções contra ministros do STF e a não reversão do cancelamento de vistos. Além disso, criticou a falta de progresso na tentativa de o Brasil mediar a crise entre Venezuela e Estados Unidos, temas sensíveis na agenda diplomática.
Eduardo Bolsonaro ainda ressaltou que, segundo a imprensa norte-americana, Marco Rubio teria condicionado avanços comerciais à garantia de “eleições transparentes” e ao fim da “lawfare”. Essa postura, na visão do deputado, impõe condições adicionais para qualquer acordo entre os dois países, complicando as negociações.
Em contrapartida, o Itamaraty defendeu o encontro como “construtivo” e reafirmou o compromisso do Brasil em defender a soberania nacional e a independência dos poderes em todas as negociações com os EUA. A pasta também indicou que novas rodadas de negociação estão previstas, sinalizando a continuidade dos esforços diplomáticos.
As críticas de Eduardo Bolsonaro ocorrem em um momento crucial para a política externa brasileira, que busca reverter medidas impostas durante o governo Trump. Resta saber se as declarações do deputado terão impacto nas futuras negociações e no restabelecimento das relações entre Brasil e Estados Unidos.



