O crescimento da presença de escorpiões em áreas urbanas se consolidou como um sério problema de saúde pública em 2025. Em Ibiporã, os números chamam atenção: os acidentes envolvendo esses animais dobraram em apenas um ano, passando de 19 registros em 2024 para 38 ocorrências neste ano.
Cenário regional e estadual
A situação de Ibiporã reflete uma tendência observada em todo o Paraná. Os dados apontam aumento contínuo:
- 2024: cerca de 6.500 acidentes registrados
- 2025: mais de 7.000 casos confirmados até o momento
O cenário se torna ainda mais grave diante dos óbitos. Somente em 2025, o estado contabilizou três mortes, todas no Norte Pioneiro. As vítimas eram crianças entre 3 e 12 anos, faixa etária que, assim como os idosos, apresenta maior vulnerabilidade ao veneno do escorpião.
Brasil: queda nos casos, alta na letalidade
Em nível nacional, os dados revelam uma contradição preocupante. Apesar da redução no número total de acidentes, o total de mortes aumentou de forma significativa:
- 2024: 201 mil acidentes e 126 mortes
- 2025: 173 mil acidentes e mais de 200 mortes
Segundo Rafael de Paula Souza, coordenador de Endemias de Ibiporã, esse cenário está diretamente ligado ao avanço dos escorpiões nos centros urbanos. “O escorpião-amarelo, principalmente, se adaptou muito bem ao ambiente das cidades”, explica.
Prevenção e cuidados
O ambiente urbano oferece abrigo e alimento em abundância para o escorpião-amarelo, como entulhos, redes de esgoto, frestas e a presença de baratas. Para reduzir a proliferação e evitar acidentes, o setor de Endemias orienta a população a:
- Vedar frestas em portas, janelas e ralos;
- Manter quintais limpos, sem acúmulo de entulho ou materiais de construção;
- Sacudir roupas e calçados antes de usá-los;
- Manter camas e berços afastados das paredes.
Em caso de picada, a recomendação é procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima. Se possível, levar o animal para identificação ajuda a equipe médica a definir rapidamente o tratamento com o soro antiescorpiônico.



