O governo dos Estados Unidos, em uma medida que soa como retaliação, cancelou os vistos de sete autoridades brasileiras nesta segunda-feira (22). A decisão ocorre após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Donald Trump, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto.
Fontes indicam que a medida seria uma resposta à condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Entre os afetados, estão figuras importantes do cenário jurídico e político brasileiro, incluindo o atual Advogado-Geral da União, Jorge Messias.
A lista de pessoas com vistos cancelados inclui nomes como José Levi, ex-secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE. Airton Vieira, juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no STF, também teve seu visto revogado.
Além dos nomes já citados, foram atingidos pela medida Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral, Rafael Henrique Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes, e Cristina Yukiko Kushara, chefe de gabinete do ministro. A medida, que aparenta ser uma forma de pressão, levanta questionamentos sobre a interferência externa em decisões judiciais brasileiras.
A polêmica se estende além das autoridades diretamente ligadas a Moraes. Os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também foram cancelados. Adicionalmente, a Lei Magnitsky foi aplicada à esposa de Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes.