O procurador-geral da República, Paulo Gonet, elevou a pressão sobre os acusados de envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira, Gonet solicitou a condenação de sete réus pertencentes ao chamado “núcleo 4” da investigação.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), com autorização do STF, os denunciados foram divididos em quatro núcleos para otimizar a tramitação do complexo caso. O núcleo 4 reúne ex-aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusados de usar a estrutura do Estado para disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral e desacreditar o processo democrático.
Gonet enfatizou que o uso indevido da máquina estatal foi crucial para a manipulação de informações sensíveis contra o sistema eletrônico de votação. Ele argumenta que essa ação ocorreu “à míngua de irregularidade real que pudesse abalar a estabilidade social”, culminando nos atos de vandalismo e invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Os réus do núcleo 4 são Ailton Gonçalves Moraes Barros, Angelo Martins Denicoli, Carlos César Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Reginaldo Vieira de Abreu. Todos enfrentam acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A ação penal contra o núcleo 4 é a segunda mais avançada entre os quatro processos que correm no STF sobre a alegada trama golpista. Paralelamente, o Supremo iniciou o julgamento do núcleo 1, considerado o central, composto por Jair Bolsonaro e outros sete membros de alto escalão de seu governo. Este núcleo é apontado como o principal articulador da tentativa de subversão da ordem democrática.
Gonet, em sua argumentação, discursou contra a impunidade e reiterou o pedido de condenação dos réus do núcleo central. As defesas dos acusados também já apresentaram suas sustentações orais, marcando um avanço significativo no processo que busca responsabilizar os envolvidos na tentativa de golpe.
