O sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de 2026 se aproxima, marcado para 5 de dezembro, e com ele, reacende-se uma antiga preocupação: o calor intenso durante os jogos. A experiência da Copa de 1994, também realizada nos Estados Unidos, serve de alerta, com seleções europeias sofrendo com as altas temperaturas do verão americano. Agora, com a competição expandida para Estados Unidos, México e Canadá, a questão climática volta a ser um fator crucial.
A FIFA estuda a possibilidade de definir quatro horários para as partidas: 12h, 15h, 18h e 22h (horários locais). No entanto, mesmo antes do Mundial de Clubes deste ano, equipes já manifestaram apreensão com jogos sob temperaturas que ultrapassam os 40 graus Celsius. Um estudo recente, realizado por pesquisadores da Irlanda do Norte, analisou dados meteorológicos de duas décadas e concluiu que, durante o período da Copa (11 de junho a 19 de julho), quase todas as cidades-sede enfrentarão altas temperaturas, além da umidade relativa do ar e da forte radiação solar.
Para mitigar os efeitos do calor, a FIFA já estabeleceu um período mínimo de três dias de descanso entre as partidas para todas as seleções. Adicionalmente, estão previstas paradas técnicas para hidratação durante os jogos. Contudo, nem todos os estádios da Copa do Mundo de 2026 estarão equipados com sistemas de refrigeração, o que aumenta a preocupação com o bem-estar dos atletas.
“A umidade relativa do ar e radiação solar também geram preocupações”, aponta o estudo da universidade da Irlanda do Norte, ressaltando a complexidade do desafio climático. A final da Copa de 1994, disputada entre Brasil e Itália em Pasadena, Califórnia, é um exemplo emblemático. O jogo, que começou às 12h30 sob temperaturas superiores a 35 graus Celsius, terminou com ambas as equipes exaustas, evidenciando o impacto do calor no desempenho físico.
Diante desse cenário, resta aguardar o sorteio dos grupos e a definição dos horários dos jogos, com a expectativa de que as seleções, mais uma vez, manifestem suas preocupações em relação às condições climáticas. A saúde dos atletas e a qualidade do espetáculo estão em jogo, e a FIFA terá que equilibrar as demandas de transmissão com o bem-estar dos participantes.