Milhares de pessoas foram às ruas de diversas capitais brasileiras neste fim de semana, em manifestações organizadas por movimentos sociais, sindicatos, partidos de esquerda e artistas. O foco dos protestos foi a oposição à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Anistia e à PEC das Prerrogativas, conhecida como “PEC da Blindagem”, ambas em tramitação no Congresso Nacional.
As PECs têm gerado intensa controvérsia. A PEC da Anistia visa perdoar políticos e manifestantes envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, enquanto a PEC da Blindagem dificulta investigações de parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os manifestantes também levantaram críticas à política externa brasileira e à dependência em relação aos Estados Unidos, defendendo maior soberania nacional.
Em São Paulo, a Avenida Paulista se tornou palco de um grande ato, reunindo mais de 42 mil pessoas, segundo a USP. Os manifestantes, portando bandeiras, faixas e cartazes, enfrentaram o calor intenso e a chuva para expressar seu descontentamento com as propostas em discussão no Congresso.
O presidente nacional do PT, Edinho Silva, em declaração à Jovem Pan, destacou a importância das manifestações: “A política tem que traduzir o que de fato incomoda a maioria da população. O Congresso Nacional tem que pautar as demandas do povo brasileiro”. Silva mencionou a necessidade de debater temas como isenção do imposto de renda para trabalhadores, redução da jornada de trabalho, segurança pública e melhorias na saúde e educação.
No Rio de Janeiro, a orla de Copacabana se transformou em um “showmício”, com apresentações de artistas renomados como Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso e Djavan. Além das capitais mencionadas, manifestações também ocorreram em Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Natal, e diversas outras cidades do país, demonstrando a abrangência do movimento.