Uma operação conjunta do Ministério Público de São Paulo (MPSP), da Polícia Militar e da Polícia Civil prendeu, na manhã desta segunda-feira (8), três indivíduos acusados de liderar o tráfico de drogas na Favela do Moinho, em São Paulo. A ação, denominada Operação Sharpe, é um desdobramento da Operação Salus et Dignitas, que desde agosto de 2024 busca desarticular o crime organizado na região da Cracolândia.
Segundo o MPSP, a Operação Salus et Dignitas já havia obtido sucesso na eliminação quase total das cenas abertas de uso de drogas na Cracolândia. A investigação revelou que o tráfico era apenas uma das faces de um “ecossistema de ilícitos” comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) a partir da Favela do Moinho.
Entre os detidos está Alessandra Moja, irmã do líder do tráfico, Leonardo Moja, que já se encontra preso. De acordo com as investigações, Leonardo continuava a emitir ordens de dentro da prisão, utilizando Alessandra para intimidar funcionários da CDHU e impedir que moradores da Favela do Moinho aceitassem indenizações por suas moradias.
O objetivo da organização criminosa seria, segundo o MPSP, manter o controle da área sob o falso pretexto de “resistência da comunidade local”. A área da Favela do Moinho está destinada a se tornar um parque público, com um acordo entre o governo de São Paulo e o governo federal para realocar as cerca de 900 famílias que ocupavam o local irregularmente.
Em maio, a gestão do governador Tarcísio de Freitas e o governo Lula anunciaram o acordo de realocação das famílias. A operação de hoje visa garantir a segurança dos moradores e a efetivação do projeto do parque público, combatendo a influência do crime organizado na região.