Uma comitiva de parlamentares brasileiros, liderada pelos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Damares Alves (Republicanos-DF), visitou a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, nesta sexta-feira (19). A visita, autorizada pela Justiça italiana, teve duração máxima de duas horas, conforme o permitido pelas normas da instituição.
Além de Flávio Bolsonaro e Damares Alves, os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES), e o deputado Cabo Gilberto (PL-PB) integraram a comitiva. O marido de Zambelli, Antônio Aginaldo de Oliveira, e o advogado Fábio Pagnozzi não obtiveram autorização para participar do encontro. A presença dos parlamentares demonstra a preocupação de aliados com a situação da deputada no sistema prisional italiano.
Após a visita, Damares Alves manifestou publicamente seus temores pela segurança de Carla Zambelli. “Quem conhece o sistema prisional sabe que muitas pessoas juntas têm conflitos, problemas, brigas. É num conflito desse que a gente teme pela vida de Carla, ela tem uma saúde vulnerável”, declarou a senadora, evidenciando a preocupação com a integridade física da deputada em meio à população carcerária.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, elevou o tom das críticas, direcionando-as ao ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem acusou de ser um “violador de direitos”. Em entrevista, o senador apelou ao governo italiano: “Deixe a Carla em prisão domiciliar aqui na Itália, porque no Brasil ela vai ser ainda mais perseguida e vai ter os seus direitos humanos ainda mais violentados por aquele que é reconhecidamente um violador de direitos”.
Ademais, Flávio Bolsonaro planeja solicitar uma audiência com o ministro da Justiça italiano para discutir o caso de Zambelli. O senador participará, neste domingo, do evento “La tua Pontida Liberi e Forti”, organizado pela Liga Norte, partido de ultradireita liderado por Matteo Salvini, atual vice-primeiro-ministro da Itália. Eduardo Girão complementou, informando que Zambelli já dividiu cela com outras detentas, incluindo uma condenada por homicídio, ressaltando a gravidade da situação.
Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF, em decisão unânime da Primeira Turma, juntamente com o hacker Walter Delgatti Neto, por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Parlamentares aliados da deputada consideram a condenação como resultado de perseguição política, conforme declarou o senador Eduardo Girão: “Não é questão de direita ou esquerda. É uma questão de humanidade em relação à deputada mais votada da história do Brasil”.