Zambelli Presa na Itália Acusa Moraes de Perseguição em Carta da Prisão

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida na Itália e enfrentando a possibilidade de extradição para o Brasil, elevou a tensão em torno de sua situação jurídica. Em uma carta escrita a próprio punho diretamente da prisão, Zambelli acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de perseguição política. As alegações foram divulgadas pela coluna Paulo Cappelli, do Metrópoles.

A carta, redigida na última quarta-feira (3), detalha um encontro entre Zambelli e o então presidente Michel Temer, responsável pela indicação de Moraes ao STF. Segundo a deputada, o objetivo da reunião era dissuadir Temer de nomear Moraes para o cargo. As acusações surgem em um momento de crescente pressão sobre o ministro, com recentes revelações de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, sobre um ambiente de trabalho conturbado.

“Com seu depoimento, provou mais uma vez que Alexandre de Moraes queria a minha cabeça desde quando falei de sua ficha e me encontrei com [o então presidente] Temer e com colegas ativistas para não indicá-lo ao STF”, escreveu Zambelli na carta, direcionada “aos brasileiros todos”. A defesa da deputada alega que as acusações demonstram a sua inocência.

A situação de Zambelli se complica com as condenações já impostas pela justiça brasileira. A deputada encontra-se presa desde 29 de julho, após seu nome ser incluído na lista vermelha da Interpol, a pedido das autoridades do Brasil. As condenações que motivaram o pedido de prisão incluem uma pena de 10 anos por invadir sistemas do CNJ e outra de cinco anos e três meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal durante a campanha eleitoral de 2022.