A tensão entre Venezuela e Estados Unidos atinge um novo patamar. Em resposta ao envio de navios de guerra e um submarino nuclear americano para o sul do Caribe, o governo venezuelano declarou estado de exceção, sinalizando um aumento significativo na prontidão para um possível conflito. A medida foi anunciada pela vice-presidente Delcy Rodríguez, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (29).
O decreto, assinado pelo presidente Nicolás Maduro, autoriza a mobilização das Forças Armadas venezuelanas em caso de agressão externa. Na prática, a medida confere ao governo a prerrogativa de retaliar qualquer ataque proveniente dos Estados Unidos, elevando a possibilidade de uma escalada militar na região. A ação reflete a crescente preocupação do governo venezuelano com a presença militar americana nas proximidades de seu território.
“O que o governo dos Estados Unidos faz hoje […] é uma ameaça proibida pela Carta das Nações Unidas”, declarou a vice-presidente Rodríguez, referindo-se ao secretário de Estado americano, Marco Rubio. “Se [os EUA] se atreverem a agredir a pátria, [temos o] decreto de comoção externa, que dá poderes especiais ao Chefe de Estado para atuar em temas de defesa e segurança para defender a Venezuela”. A declaração evidencia a percepção de uma ameaça iminente por parte do governo Maduro.
Com o decreto em vigor, as Forças Armadas venezuelanas estão encarregadas de proteger infraestruturas cruciais, incluindo serviços públicos, indústrias de base e a vital indústria de hidrocarbonetos. A medida, de acordo com a legislação local, tem validade inicial de 90 dias, com possibilidade de prorrogação por igual período. O decreto demonstra a seriedade com que o governo Maduro está tratando a situação, buscando garantir a segurança e a estabilidade do país diante das tensões crescentes.
