A Venezuela elevou o tom contra os Estados Unidos, denunciando a aproximação de cinco caças americanos de suas costas. A acusação surge em um período de crescente tensão, marcado pelo aumento da presença militar dos EUA no Caribe, ostensivamente para combater o narcotráfico. O governo venezuelano vê a movimentação como uma ameaça direta à sua soberania.
O Ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, declarou em rede nacional que o sistema de defesa aérea do país detectou os aviões de combate. Segundo ele, a presença das aeronaves americanas configura uma provocação e um risco à segurança nacional. “O imperialismo norte-americano ousou se aproximar das costas venezuelanas”, afirmou Padrino, indicando que pilotos de voos comerciais também avistaram os caças.
A escalada ocorre em um contexto de mobilização militar dos EUA, que enviaram dez caças F-35 para Porto Rico e oito navios de guerra para a região. O presidente Nicolás Maduro classificou a ação como um cerco e uma ameaça. Em resposta, a Venezuela tem realizado exercícios militares e mobilizado milícias, preparando-se para uma possível escalada do conflito.
Caracas alega que Washington utiliza o combate ao narcotráfico como pretexto para desestabilizar o governo Maduro e tomar controle das vastas reservas de petróleo venezuelanas. Em um discurso recente, Maduro anunciou que estuda decretar estado de comoção exterior, medida que ampliaria seus poderes em caso de conflito armado. Ele também antecipou o início das festividades natalinas para 1º de outubro, visando, segundo ele, defender “o direito à felicidade” da população.
Em meio à crescente tensão, o Ministro Padrino reforçou a determinação da Venezuela em defender seu território. “Estamos dispostos a defender nossa soberania, nosso espaço geográfico, diante de qualquer intruso”, declarou. O governo venezuelano também intensificou as operações contra o narcotráfico, alegando ter destruído acampamentos de grupos guerrilheiros colombianos em seu território.