Valdemar Costa Neto Diz que Bolsonaro Recebeu Minuta de Asilo e Compara Ex-Presidente a Che Guevara

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reacendeu a polêmica em torno do pedido de asilo à Argentina encontrado no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante evento do Esfera Brasil, em São Paulo, Costa Neto afirmou que a minuta não foi elaborada por Bolsonaro, mas sim enviada a ele por terceiros, cuja identidade ele preferiu não revelar.

Costa Neto minimizou a intenção de Bolsonaro de buscar asilo, argumentando que o ex-presidente sequer precisaria de tal formalidade. “Mandaram para ele, agora que eu entendi”, disse Valdemar. “Não foi ele, porque ele nunca quis ir para lá e, se ele for para lá, ele não precisa pedir asilo, é só atravessar um rio que o Milei vai falar: ‘Bolsonaro!’”. O documento, segundo a Polícia Federal (PF), continha um pedido formal de asilo ao governo de Javier Milei.

No mesmo evento, Valdemar Costa Neto reforçou a narrativa de que Bolsonaro é vítima de perseguição política, chegando a compará-lo ao revolucionário Che Guevara, embora ressalvando as diferenças ideológicas. “Estão transformando o Bolsonaro em um Che Guevara (…) no prestígio que ele tinha”, afirmou Costa Neto, buscando destacar o carisma do ex-presidente.

A declaração de Costa Neto ocorre em meio a um cenário de crescente pressão legal sobre Bolsonaro. Ele e seu filho, Eduardo Bolsonaro, foram indiciados pela PF por crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, em relação a supostas tentativas de golpe entre 2022 e 2023.

O indiciamento se soma a um contexto de tensões políticas, incluindo sanções impostas pelo governo dos EUA a autoridades brasileiras e críticas de Donald Trump às ações da PF e do STF contra Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) agora analisará o caso, com a defesa do ex-presidente questionando a interpretação da PF e do STF sobre o pedido de asilo e seu impacto no processo judicial.

O evento Esfera Brasil demonstrou a influência contínua de Bolsonaro na política nacional, com lideranças como Gilberto Kassab (PSD) reconhecendo o peso do ex-presidente nas eleições de 2026. Enquanto o futuro legal de Bolsonaro é incerto, seus aliados buscam consolidar a narrativa de perseguição política para manter sua base mobilizada.