Em um gesto desafiador no dia em que celebrou 34 anos de independência, a Ucrânia lançou uma série de ataques com drones em território russo neste domingo. A ação ocorre em meio a um crescente pessimismo em relação às negociações de paz, com autoridades russas descartando a possibilidade de uma cúpula imediata entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
As comemorações em Kiev contaram com a presença de figuras ocidentais de destaque, como o enviado americano Keith Kellogg e o primeiro-ministro canadense Mark Carney. Zelensky aproveitou a ocasião para reafirmar o compromisso de seu país em buscar a paz, declarando que, “juntos, os ucranianos e nossos parceiros, nos esforçamos para empurrar a Rússia para a paz”.
Apesar dos esforços diplomáticos, as perspectivas de um diálogo frutífero parecem cada vez mais distantes. O ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, acusou as potências ocidentais de sabotar as negociações e criticou Zelensky por insistir em condições prévias para um encontro com Putin.
No campo de batalha, a guerra, que já se estende por três anos e meio, permanece em um impasse. A Rússia obteve ganhos territoriais recentes, mas a Ucrânia responde com ataques de drones, buscando atingir a infraestrutura petrolífera russa, uma fonte vital de receita para o Kremlin.
Um dos ataques de drones ucranianos teve como alvo a usina nuclear de Kursk, resultando em um incêndio nas instalações, embora sem relatos de vítimas ou aumento nos níveis de radiação. “É assim que a Ucrânia ataca quando seus apelos pela paz são ignorados”, afirmou Zelensky, sublinhando a frustração de Kiev com a falta de progresso nas negociações.
Além do ataque à usina de Kursk, dez drones foram interceptados no porto de Ust-Luga, perto de São Petersburgo, provocando um incêndio em um terminal de petróleo. Kiev reivindicou a responsabilidade pelo ataque, afirmando ter atingido instalações do “maior produtor de gás liquefeito da Rússia”.
Em resposta aos ataques ucranianos, a Rússia também lançou uma onda de ataques aéreos contra a Ucrânia, utilizando mísseis balísticos e drones Shahed de fabricação iraniana. As forças ucranianas afirmaram ter derrubado a maioria dos drones, mas um ataque resultou na morte de uma mulher na região de Dnipropetrovsk.
Em meio à escalada do conflito, a Noruega anunciou um pacote de ajuda de 7 bilhões de coroas para fortalecer a defesa aérea da Ucrânia, fornecendo dois sistemas antimísseis Patriot em colaboração com a Alemanha. O apoio internacional continua sendo crucial para Kiev, enquanto a guerra entra em uma nova e perigosa fase.