O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou a tensão com a União Europeia (UE) ao prometer retaliar com sanções comerciais. A ameaça surge em resposta à recente multa de quase 3 bilhões de euros (aproximadamente R$ 18,7 bilhões) imposta ao Google pelo bloco europeu. A Comissão Europeia justificou a penalidade alegando que o Google favoreceu seus próprios serviços de tecnologia de publicidade, prejudicando a concorrência no mercado.
Essa é a segunda maior sanção aplicada ao Google pela UE, ficando atrás apenas da multa de 4,125 bilhões de euros (cerca de R$ 26,1 bilhões) imposta em 2022, pelo mesmo motivo. As autoridades de Bruxelas acusam a gigante da tecnologia de abusar de sua posição dominante, concedendo vantagens indevidas aos seus sistemas de anúncios em detrimento de rivais, e exigem o fim dessas práticas.
Em uma postagem inflamada na sua rede social, Truth Social, Trump classificou a multa como “injusta” e alertou que os Estados Unidos podem responder com tarifas alfandegárias. Ele mencionou o mecanismo da Seção 301, uma ferramenta comercial que permite aos EUA impor sanções em resposta a práticas comerciais desleais. “Não é justo que a União Europeia esteja multando empresas americanas bilionárias só porque elas são bem-sucedidas”, afirmou Trump, sinalizando uma possível escalada na disputa comercial.
Trump também mencionou outros casos, como a determinação da UE em 2016 para que a Apple pagasse 13 bilhões de euros (R$ 82,4 bilhões, incluindo juros) em impostos atrasados à Irlanda. A declaração do ex-presidente ocorre logo após um jantar na Casa Branca com executivos de grandes empresas de tecnologia, incluindo Sundar Pichai, CEO do Google, e o cofundador Sergey Brin. Na ocasião, Trump elogiou uma decisão judicial que permitiu ao Google manter seu navegador Chrome sem restrições.
“A Europa retirou dinheiro que seria destinado a investimentos e empregos nos Estados Unidos. O contribuinte americano não vai tolerar isso!”, exclamou Trump, demonstrando seu descontentamento com a situação. O ex-presidente reforçou sua expectativa de que os valores pagos por Apple e Google à União Europeia sejam devolvidos, reiterando que as multas são injustas e prejudiciais à economia americana, prenunciando um possível confronto comercial de grande impacto.