Uma falha devastadora no Elevador da Glória, um dos símbolos de Lisboa, resultou na morte de 16 pessoas na última quarta-feira (3). A investigação inicial aponta para a “desconexão do cabo entre as duas cabines” como a causa principal do acidente, segundo comunicado divulgado neste sábado (6) pela agência pública portuguesa responsável pela apuração dos fatos. O incidente ocorreu próximo à Avenida da Liberdade, quando o tradicional bondinho, que liga a Praça do Rossio ao Bairro Alto, descarrilou e colidiu violentamente contra um edifício.
Curiosamente, a inspeção visual de rotina realizada na manhã do mesmo dia não havia detectado qualquer anomalia no cabo, conforme detalharam os investigadores do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF). A primeira nota da investigação, embora informativa, ressalta que se trata de constatações preliminares e não de conclusões definitivas sobre as causas do acidente. As autoridades seguem trabalhando para determinar todos os fatores que contribuíram para a tragédia.
Os primeiros elementos da investigação revelaram que a colisão ocorreu a uma velocidade alarmante de 60 km/h, e que “todos os acontecimentos se desenvolveram em menos de 50 segundos”, descrevendo a rapidez com que o desastre se desenrolou. O Elevador da Glória, em sua configuração atual desde 1914, é composto por dois vagões amarelos que operam em um sistema de contrapeso, superando um desnível de 45 metros em um percurso de 276 metros, “com uma inclinação média de 18%”, conforme informações dos investigadores do GPIAAF.
O sistema do elevador possui cabines interligadas por um cabo que equilibra seu peso através de uma grande roda reversível localizada no alto da Calçada da Glória, em um compartimento técnico subterrâneo. “Às 18h00 [14h00 em Brasília] de 3 de setembro, o Elevador da Glória estava com suas cabines estacionadas em suas respectivas estações”, informou a agência. Poucos minutos depois, as cabines iniciaram sua jornada, mas “instantes após a partida, e após percorrer seis metros, perderam subitamente a força de equilíbrio garantida pelo cabo de conexão que as unia”, culminando no trágico acidente.
A tragédia ceifou a vida de cinco cidadãos portugueses e 11 estrangeiros, além de deixar 20 pessoas feridas, conforme o último balanço divulgado pelas autoridades. As investigações prosseguem para esclarecer todos os aspectos do acidente e determinar as responsabilidades. O Elevador da Glória, um importante ponto turístico e meio de transporte em Lisboa, permanece interditado enquanto as autoridades apuram as causas da falha.
