Tragédia em Goiás: Mulher em situação de rua é brutalmente assassinada e caso expõe luta contra a dependência química

A chocante morte de Monara Pires Gouveia de Moraes, 31 anos, cujo corpo foi encontrado parcialmente queimado em Rio Verde, Goiás, revela uma história de luta contra a dependência química e a violência. A vítima, que vivia em situação de vulnerabilidade, deixa dois filhos e uma família em luto, marcada pela dor e pela busca por justiça.

Monara era descrita pela irmã, Nayara Pires, como uma pessoa vibrante e carismática, uma “leoa protetora” dedicada aos filhos. No entanto, o agravamento de seu vício em drogas a colocou em uma espiral de dificuldades, culminando em sua trágica morte. A família, que sempre buscou ajudá-la, agora clama por justiça e espera que o crime não fique impune.

Aos 17 anos, Monara teve seu primeiro filho e viveu um período de sobriedade ao lado do pai da criança. Entretanto, a dependência química se intensificou com o tempo. Aos 24 anos, com o apoio financeiro de uma tia, tentou cursar Direito, mas a luta contra o vício a impediu de seguir adiante com os estudos. “A situação saiu do controle”, relatou Nayara, evidenciando o sofrimento da família diante da progressão da doença.

Internações e tentativas de recuperação marcaram a vida de Monara. Aos 26 anos, após o nascimento do segundo filho, foi internada pela primeira vez em uma clínica de reabilitação, onde permaneceu por um ano. Infelizmente, um mês após receber alta, teve uma recaída que agravou ainda mais sua situação. No ano passado, voltou a ser internada, mas não conseguiu completar o tratamento, chegando a morar em um rancho com o pai na esperança de se recuperar.

Em fevereiro deste ano, Monara conheceu o suspeito do crime em situação de rua e, juntos, viveram em um albergue. Por um tempo, o casal também morou em uma casa cedida pelo pai das irmãs. Segundo Nayara, Monara relatava o ciúme possessivo do namorado, indicando um relacionamento conturbado e marcado pela violência. O corpo de Monara foi encontrado no dia 7 de julho, e o suspeito, de 26 anos, foi preso no dia 22, conforme informou o delegado Adelson Candeo. As investigações apontam que o homem já havia agredido Monara diversas vezes por ciúmes e, inclusive, incendiou a casa onde moravam um dia antes do crime. Ele possui antecedentes criminais por crimes patrimoniais em São Paulo.