A tesoureira nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleide Andrade, gerou controvérsia ao defender publicamente os 12 deputados federais da legenda que votaram a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem. A declaração foi feita durante um encontro com membros do partido em Minas Gerais, reacendendo o debate sobre a medida. A PEC estabelece que a investigação ou prisão de parlamentares necessita de autorização da Câmara dos Deputados em até 90 dias, com exceção de crimes inafiançáveis ou flagrantes.
Andrade justificou o voto favorável dos deputados, afirmando que eles estavam seguindo uma orientação partidária. “Os 12 que votaram, votaram porque seguiram uma orientação. E no meio do caminho, alguns votaram e, quando viram a repercussão nas redes, voltaram para trás”, explicou a tesoureira, ressaltando que três dos parlamentares são do estado de Minas Gerais.
Em outro ponto do discurso, Gleide Andrade criticou a aprovação do regime de urgência para o Projeto de Lei da Anistia. Ela expressou preocupação com as possíveis consequências da medida, que visa conceder perdão ou redução de penas a indivíduos envolvidos em crimes políticos.
“A partir de agora, onde passa um boi, passa uma boiada. Não vem com este papo de anistia light, não vem com este papo de redução de pena. Eles vão fazer o que eles quiserem e sabe o que eles querem? Eles querem livrar todos que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, alertou Andrade, demonstrando receio quanto aos reais objetivos do projeto. A fala da tesoureira intensifica a discussão sobre o impacto da anistia e seus possíveis efeitos no controle de crimes contra o Estado Democrático de Direito.
