O governo de Donald Trump anunciou um novo pacote de tarifas que promete agitar o comércio internacional, afetando principalmente parceiros estratégicos na Europa, Ásia e América do Norte. As medidas, que entram em vigor a partir de 1º de outubro, visam impulsionar a produção interna nos Estados Unidos, mas o impacto direto no Brasil deve ser mínimo.
O foco principal das novas tarifas recai sobre o setor farmacêutico, com taxação de 100% sobre medicamentos de marca ou patenteados importados. Essa medida, que começa a valer em outubro, não se aplica a empresas que construírem fábricas em território americano. “A ideia é incentivar a produção doméstica”, ressalta um especialista em comércio internacional.
Países como Irlanda, Suíça e Alemanha, grandes exportadores de produtos farmacêuticos, serão os mais atingidos. Em 2024, a União Europeia exportou mais de US$ 134 bilhões em medicamentos e produtos farmacêuticos para os EUA, segundo dados do Eurostat. A medida deve gerar um reajuste nas cadeias de suprimento globais.
Além disso, Trump determinou tarifas de 25% sobre caminhões pesados importados, o que deve impactar principalmente o México, um dos principais fornecedores desse mercado para os Estados Unidos. O setor de móveis também será afetado, com sobretaxas de 50% em armários de cozinha, móveis de banheiro e itens associados, e 30% em móveis estofados.
No caso do Brasil, especialistas apontam que o país não está entre os grandes exportadores dos produtos mais afetados, como medicamentos, caminhões ou móveis, para os Estados Unidos. No entanto, a indústria nacional pode sentir reflexos indiretos, como mudanças nas cadeias globais de suprimento ou maior concorrência em outros mercados. As novas medidas de Trump reforçam sua política econômica de incentivo à produção doméstica.