Tarifaço de Trump: EUA aceitam negociar com Brasil na OMC

O governo americano aceitou nesta terça-feira (19) o pedido de consultas feito pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), um passo crucial para negociar o aumento de tarifas sobre aço e alumínio, medida imposta pelo presidente Donald Trump. Embora a aceitação seja vista como um avanço burocrático, autoridades brasileiras já admitem que a negociação será difícil.

Em uma carta enviada à OMC, Washington deixou claro que sua política protecionista é uma resposta a uma “emergência nacional”, causada por um “déficit anual significativo e persistente no comércio de mercadorias” com seus parceiros.

A justificativa indica que os Estados Unidos não consideram o aumento das tarifas um simples problema comercial, mas sim uma questão de segurança e economia interna, o que pode endurecer as conversas.

O processo na OMC é o primeiro passo para a resolução de disputas comerciais. Se os EUA tivessem rejeitado o pedido, o Brasil poderia, em até 60 dias, solicitar a criação de um comitê de arbitragem. Com a aceitação, a expectativa é que os dois países iniciem o diálogo para tentar encontrar um caminho que resolva o impasse sem a necessidade de uma arbitragem formal.

O desfecho dessas negociações comerciais terá grande impacto nos setores de aço e alumínio do Brasil, que são diretamente afetados pelo “tarifaço” de Trump.