O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cancelou abruptamente sua viagem a Brasília, agendada para esta segunda-feira (15). O objetivo da visita era articular a aprovação de uma anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus condenados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A decisão do governador levanta questões sobre o futuro da proposta de anistia no Congresso.
A assessoria do Palácio dos Bandeirantes comunicou o cancelamento na manhã de hoje, sem apresentar justificativas oficiais. A mudança de planos ocorre após a divulgação de uma pesquisa Datafolha que revela forte oposição popular à anistia. De acordo com o levantamento, 54% dos brasileiros se manifestam contra a medida, enquanto 39% a apoiam.
Mesmo com a ausência de Tarcísio, líderes da oposição planejam se reunir para traçar estratégias e tentar impulsionar a proposta no Congresso. A iniciativa enfrenta forte resistência de setores do parlamento e do governo federal. A articulação política em torno da anistia continua sendo um desafio para os apoiadores de Bolsonaro.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, tem buscado apoio de outras legendas. No último sábado, ele se encontrou com Gilberto Kassab, presidente do PSD, que sinalizou uma possível abertura ao debate. Em agosto, Kassab declarou à GloboNews que era favorável à discussão, mas alertou contra uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.
Tarcísio de Freitas tem defendido publicamente a anistia, mesmo diante da desaprovação popular. Em entrevista recente ao *Diário do Grande ABC*, ele descreveu a medida como um “remédio político que garante pacificação”. O governador reafirmou seu compromisso em trabalhar para construir consenso no Congresso e indicou que, se eleito presidente em 2026, concederia indulto a Bolsonaro.