O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reacendeu o debate sobre a adoção da prisão perpétua no Brasil, defendendo mudanças radicais na legislação penal como forma de enfrentar o crime organizado. A declaração foi feita durante o Annual Meeting promovido pela XP Asset Management, em São Paulo, na última quinta-feira.
Segundo o governador, a reincidência criminal justifica a análise de punições mais severas. Tarcísio citou casos de indivíduos presos repetidamente pelo mesmo delito, como furto de celulares, e liberados em audiências de custódia. “Eu defendo algumas mudanças que são até radicais. Não acho nenhum absurdo você ter prisão perpétua no Brasil”, afirmou, sugerindo a possibilidade de um referendo sobre o tema nas eleições de 2026.
Tarcísio elogiou a política de segurança pública implementada em El Salvador pelo presidente Nayib Bukele, notória pela abordagem de tolerância zero ao crime organizado e uso intensivo da força policial. Apesar das controvérsias e acusações de violações de direitos humanos contra Bukele, o governador paulista considera o modelo um exemplo de como ações enérgicas podem transformar a segurança pública. “Veja o que foi feito em El Salvador, o que era e o que é”, disse, ressaltando o impacto da criminalidade na atração de investimentos e no desenvolvimento econômico.
O governador também voltou a defender as operações Escudo e Verão, conduzidas pela Polícia Militar na Baixada Santista, que resultaram em um alto número de mortes. Para ele, tais ações são imprescindíveis para impedir que facções criminosas dominem territórios. “O Estado não pode permitir que áreas sejam dominadas por criminosos. As operações pesadas eram necessárias para não se perder o controle da situação”, justificou.
Em resposta a questionamentos sobre o andamento de propostas de combate ao crime no Congresso Nacional, Tarcísio cobrou do Legislativo a aprovação de novas medidas para “aumentar o custo do crime”. Ele também defendeu aprimorar o uso de bens apreendidos em operações policiais, destinando esses recursos para reforçar a segurança pública. O governador concluiu destacando que a insegurança afasta investimentos e prejudica o desenvolvimento regional, demandando uma abordagem diferenciada para o tema.



