O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), causou polêmica ao declarar que, se eleito presidente da República, concederia indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro dia de mandato. A afirmação foi feita em entrevista ao Diário do Grande ABC, divulgada nesta sexta-feira (29), e gerou debates acalorados no cenário político nacional.
“Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”, justificou Tarcísio ao ser questionado sobre a possibilidade de indultar Bolsonaro. A declaração explicita o alinhamento político entre o governador e o ex-presidente, bem como uma crítica contundente ao sistema judicial em relação ao tratamento dado a Bolsonaro.
Apesar da declaração bombástica, Tarcísio de Freitas ressaltou que não é candidato à Presidência. “Todo governador de São Paulo é presidenciável, pelo tamanho do Estado, um Estado muito importante. Mas vamos pegar na história recente qual foi o governador de São Paulo que se tornou presidente da República: o último foi Jânio Quadros e o penúltimo foi Washington Luís”, ponderou, minimizando as especulações sobre suas ambições presidenciais.
Além do indulto a Bolsonaro, Tarcísio criticou abertamente o sistema judiciário, expressando desconfiança em relação ao julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é acusado de tentar promover um golpe de Estado. “Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, afirmou o governador.
Ademais, Tarcísio defendeu a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, argumentando que o Congresso Nacional deve liderar esse processo. Segundo ele, uma solução política via Congresso é viável e desejável, relembrando que a anistia já foi utilizada em outros momentos da história do Brasil para superar crises políticas. O governador cobrou ainda uma posição do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que a proposta de anistia seja levada ao plenário, defendendo a autonomia do Poder Legislativo.