STJD Libera Retorno de Jogadores Envolvidos em Manipulação, Após Cumprirem Requisitos

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) deu sinal verde para o retorno de Ygor Catatau, Gabriel Neri e Romarinho ao futebol profissional. Os atletas estavam afastados há mais de dois anos, após serem implicados em um esquema de manipulação de resultados investigado pela Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás.

Segundo o STJD, os jogadores cumpriram integralmente os requisitos estabelecidos no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) para a reabilitação. Isso inclui o pagamento de taxas administrativas, a comprovação de atividade profissional ou escolar e a apresentação de declarações de idoneidade emitidas por figuras respeitadas no esporte.

O julgamento, realizado na sede do STJD no Rio de Janeiro, contou com a presença dos atletas. O subprocurador-geral Eduardo Ximenes manifestou apoio à reabilitação, argumentando que “não há outra interpretação possível senão pelo pleno cumprimento dos requisitos” e que “é essencial que os atletas tenham a oportunidade de retomar suas carreiras”.

A advogada de Ygor Catatau, Ana Linhares, ressaltou o período de afastamento do atleta e sua situação familiar, apresentando 18 declarações de apoio e comprovante de atuação como instrutor de futevôlei. “Ygor está há dois anos e dois meses fora do futebol, é casado e pai de quatro filhos. O esporte é um caminho de reintegração social e profissional”, declarou Linhares.

Os advogados de Gabriel Neri e Romarinho também comemoraram a decisão favorável. Vitor Amado, representante dos jogadores, afirmou: “Esses atletas reconheceram os erros, cumpriram suas penas e agora têm direito a retomar suas atividades profissionais”.

A Operação Penalidade Máxima, que culminou no afastamento dos atletas, teve início após denúncias de que Romarinho teria aceitado R$ 150 mil para cometer um pênalti em uma partida contra o Sport, chegando a receber um adiantamento de R$ 10 mil. A investigação foi impulsionada por Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, que reuniu as provas e as encaminhou ao Ministério Público.

A decisão do STJD ocorre em um momento em que o tema da manipulação de resultados volta aos holofotes, após a recente condenação de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, por manipulação em jogo contra o Santos em 2023. Ele foi punido com suspensão e multa, mas ainda pode recorrer.