Um ex-auditor fiscal da Prefeitura de São Paulo, condenado a 43 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, tentou escapar da Justiça de forma inusitada: fingindo a própria morte. Segundo revelou o Fantástico, Arnaldo pagou R$ 45 mil por uma certidão de óbito falsa, emitida em um cartório na Bahia, e usou o documento para que seu advogado pedisse ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a extinção da pena.
A sentença de 43 anos se deve à participação do ex-servidor em dois grandes esquemas de corrupção. Entre 2007 e 2009, quando era subsecretário de Arrecadação da Prefeitura de São Paulo, ele teria recebido cerca de R$ 5 milhões e atuado como uma das figuras centrais da chamada “Máfia dos Fiscais do ISS”, esquema que movimentou cerca de R$ 1 bilhão. Já em 2012, ao ocupar o cargo de secretário de Planejamento de Santo André, foi acusado de receber R$ 1 milhão em propina para liberar a construção de um condomínio.
A farsa começou a ser desvendada quando promotores de São Paulo desconfiaram da certidão, que registrava o óbito em Salvador, em uma residência modesta — incompatível com o padrão de vida de Arnaldo. O documento havia sido assinado à distância por um médico do IML de Salvador, que não conhecia o suposto morto e se baseou apenas em um vídeo e em um relatório enviados por celular, um procedimento ilegal.
Ao descobrirem que o enterro também era falso, investigadores rastrearam o ex-auditor até o município de Mucuri, no sul da Bahia. Durante a operação, uma policial disfarçada de corretora tocou a campainha da casa onde ele se escondia. Assim que ela se afastou, Arnaldo tentou fugir, mas foi capturado por agentes que cercavam o local.
Já preso, o ex-servidor admitiu a farsa e disse ter agido por desespero. “Eu mandei um e-mail. Criei um e-mail da minha esposa. Minha esposa não sabe que eu tô morto”, confessou. O STJ deve agora anular a extinção da punibilidade, e Arnaldo responderá por um novo crime: falsificação de documento público.
fonte: tnonline