O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil confirmou a expectativa do mercado financeiro e manteve, pela terceira vez neste ano, a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 15%. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (5), mantém a taxa no nível mais elevado desde julho de 2006, quando atingiu 15,25%.
Embora os indicadores econômicos recentes tenham apontado para uma desaceleração da atividade, perda de força do crédito e recuo da inflação, o Copom optou pela manutenção da taxa. A decisão reflete uma cautela diante das pressões inflacionárias persistentes, especialmente no setor de energia, e da incerteza em relação ao cenário econômico global.
Apesar do IPCA-15 de outubro ter ficado em 0,18%, acumulando 4,94% em 12 meses, o Copom permanece atento à inflação. A divulgação do IPCA referente aos 31 dias de outubro está agendada para o próximo dia 11, e servirá de base para as próximas decisões do Comitê.
Desde setembro de 2024, a taxa Selic já passou por sete elevações consecutivas. Na ata da última reunião, o Copom indicou que a Selic será mantida em 15% ao ano por um período prolongado, devido, entre outros fatores, à conjuntura econômica dos Estados Unidos e tarifas impostas ao país, o que é visto como um dos principais motivos de ‘maior impacto’.
Analistas do mercado financeiro, conforme a edição mais recente do Boletim Focus, preveem que os cortes na taxa de juros devem ocorrer somente a partir de janeiro de 2026. A pesquisa semanal com especialistas aponta para a manutenção da Selic em 15% ao ano até o final de 2025 ou início de 2026.


