Seca Prolongada em SP Ameaça Abastecimento e Atraso na Safra: Um Alerta Climático

São Paulo enfrenta uma estiagem alarmante, com a previsão de atraso no início do período chuvoso, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A demora nas chuvas, estimada entre cinco e dez dias, agrava o ressecamento da vegetação, eleva o risco de incêndios e exerce pressão sobre os sistemas de abastecimento de água.

Com a umidade relativa do ar em níveis críticos, abaixo de 30% em diversas áreas, a Cetesb estendeu a proibição de queimadas controladas até o final de outubro. A combinação de calor intenso e ar seco cria um ambiente propício para a rápida propagação de incêndios, tanto em áreas urbanas quanto florestais, intensificando a preocupação das autoridades.

A escassez hídrica também impacta os reservatórios, que registraram uma queda média de quase 10% em setembro em relação ao ano anterior, segundo dados da Sabesp. Para mitigar os efeitos da seca, a empresa implementou medidas como a redução da pressão na rede de distribuição durante a madrugada, visando evitar o desperdício e assegurar o abastecimento à população.

Os impactos da seca se estendem para além das cidades, atingindo a zona rural e ameaçando o plantio da safra de verão. Produtores de milho e soja relatam atrasos no preparo do solo, o que pode comprometer o rendimento das lavouras e gerar prejuízos econômicos significativos.

Meteorologistas apontam o El Niño e o aquecimento global como os principais fatores por trás desta estiagem prolongada. “Esse novo padrão climático exige planejamento e adaptação”, alertam especialistas, ressaltando a necessidade de ampliar o reuso de água, recuperar nascentes e rever o modelo de ocupação urbana para mitigar os efeitos da crise hídrica. A urgência de ações efetivas é evidente, visto que cada período de seca prolongada serve como um alerta sobre as mudanças climáticas no Sudeste do país.