Em resposta ao crescente número de casos de intoxicação por metanol, o Governo de São Paulo, através da Polícia Técnico-Científica, implementou um protocolo pioneiro no país para identificar a presença dessa substância tóxica em bebidas alcoólicas adulteradas. A medida é uma resposta direta aos casos de adulteração que já resultaram em cinco mortes confirmadas no estado.
O novo método utiliza um equipamento portátil de alta tecnologia, capaz de analisar lacres, selos e rótulos sem a necessidade de abrir as garrafas. Essa inovação agiliza significativamente o processo de identificação, garantindo uma confiabilidade de 99% na triagem inicial, o que otimiza a logística da Polícia Civil e da perícia.
A iniciativa integra um conjunto de ações coordenadas pelo Gabinete de Crises do estado. Uma das operações recentes, denominada “Gota a Gota”, fiscalizou estabelecimentos suspeitos e resultou na suspensão das inscrições estaduais de sete locais, elevando para 15 o número total de comércios impedidos de emitir notas fiscais e comprar mercadorias.
Manuel Lara, diretor do Centro de Vigilância Sanitária do Estado, enfatiza a rigorosa fiscalização do setor de bebidas e alimentos. “A gente pede as notas fiscais de aquisição desses produtos. Muitas vezes não tem… então, a gente checa as notas, se bate o quantitativo de bebidas que ele adquiriu, se são aquelas bebidas e, se estão lá presentes, ou ele tem comprovação que vendeu. E isso já é um motivo para se fazer uma interdição cautelar”, explica Lara, ressaltando a importância da ação preventiva.
De acordo com o último balanço da Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo registra 23 casos confirmados de intoxicação por metanol, com 148 casos ainda sob investigação. Além das cinco mortes confirmadas, seis óbitos adicionais estão sendo investigados sob suspeita da mesma causa, demonstrando a urgência da nova medida.



