A não convocação de Romário para a Copa do Mundo de 2002 gerou intensos debates no Brasil, transcendendo o âmbito esportivo e alcançando o cenário político. O então presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a manifestar seu apoio ao “Baixinho”, adicionando mais lenha à fogueira da polêmica.
Em fevereiro de 2002, durante uma viagem à Polônia, FHC respondeu a jornalistas com um enigmático “Eu sou Romário”, declaração interpretada como um aceno ao jogador. A atitude presidencial reacendeu a esperança do atacante, que publicamente agradeceu o apoio e reiterou seu desejo de disputar o Mundial.
A pressão sobre o técnico Luiz Felipe Scolari aumentava a cada dia. Felipão, no entanto, mostrava-se irredutível, declarando que não cederia a convocações “na marra”. O treinador não apreciava as críticas de Romário, que chegou a insinuar a influência de empresários nas convocações da seleção.
A relação entre Romário e Felipão era tensa. Em entrevista a um jornal italiano, o técnico descreveu jogadores problemáticos como “corvos rodeando a sua cabeça”, uma alusão interpretada como uma indireta ao atacante do Vasco.
Mesmo sem Romário, a seleção brasileira conquistou o pentacampeonato na Copa de 2002. Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo brilharam, consolidando a decisão de Felipão e silenciando as vozes que clamavam pela presença do “Baixinho” no Mundial.



