Rio Dividido: Megaoperação Policial com Saldo de 121 Mortos Aprovada por Maioria, Aponta Pesquisa

Uma pesquisa recente revelou que 57% dos moradores do Rio de Janeiro aprovam a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão no final de outubro. A ação, considerada a mais letal da história do estado, mobilizou cerca de 2.500 agentes e resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. O levantamento expõe a polarização da opinião pública em relação às estratégias de segurança adotadas.

Apesar do elevado número de mortes, uma parcela significativa da população carioca demonstra apoio à operação, enxergando-a como uma resposta necessária ao crescente problema da violência urbana. A ação visava combater facções criminosas rivais que atuam nas comunidades, intensificando o debate sobre os limites da atuação policial em áreas vulneráveis.

Contudo, a pesquisa também aponta que 39% dos entrevistados desaprovam a megaoperação. As críticas se concentram no impacto da ação sobre civis, na violência gerada e nos riscos representados pelas balas perdidas, um temor constante nas comunidades. Organizações de direitos humanos têm alertado para os perigos de se combater violência com mais violência.

“Segurança não se faz com sangue”, afirmam representantes de entidades de direitos humanos, que questionam a eficácia de operações com alto potencial letal. Especialistas também ressaltam que ações desse tipo podem exacerbar a tensão nas comunidades, gerando um ciclo vicioso de violência e desconfiança entre moradores e forças de segurança.

O governo do estado celebra os resultados da operação, mas a pesquisa explicita a persistente divisão na sociedade carioca. A questão central permanece: a estratégia de megaoperações policiais representa uma solução duradoura para a violência no Rio de Janeiro, ou apenas perpetua um cenário de mortes e medo nas ruas da cidade?