Rio de Janeiro Propõe ‘Consórcio da Paz’ entre Estados para Enfrentar o Crime Organizado Após Megaoperação

Após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou a criação de um “consórcio da paz”. A iniciativa visa unir estados brasileiros em uma frente coordenada contra o crime organizado, conforme apresentado em reunião com governadores aliados no Palácio Guanabara.

O consórcio funcionará como um “laboratório de integração”, permitindo que os governadores troquem experiências, compartilhem recursos e desenvolvam estratégias conjuntas para combater facções criminosas que operam em diversos estados. O Rio de Janeiro foi proposto como sede do grupo, buscando centralizar a coordenação e o desenvolvimento de novas táticas.

“Este consórcio vai somar soluções e promover ações práticas na discussão de estratégias nacionais. Temos uma grande oportunidade de mudar a segurança pública do país com coragem, integração e efetividade”, afirmou o governador Castro, destacando a importância da colaboração interestadual. A proposta recebeu apoio de diversos governadores, incluindo Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que participou por videoconferência.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás, enfatizou que o consórcio permitirá uma resposta rápida e integrada em situações de emergência. “Com base na inteligência e no apoio operacional, queremos ter condições de deslocar forças entre os estados sem burocracia, com imediata atuação conjunta”, explicou Caiado, ilustrando o potencial de ação coordenada. Os líderes presentes também elogiaram a megaoperação no Rio, com Romeu Zema classificando-a como “a mais bem-sucedida da história recente da segurança pública”.

Durante a coletiva, Cláudio Castro defendeu a classificação do Comando Vermelho (CV) como organização terrorista, argumentando que o grupo realiza ataques com características típicas de terrorismo. A criação do consórcio ocorre em meio a outras medidas, como a formação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado em parceria com o governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também sancionou uma nova lei que endurece o combate ao crime organizado, demonstrando um esforço conjunto em diferentes esferas de poder.