Residência onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar deve ter policiamento reforçado

A residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, onde ele cumpre prisão domiciliar em Brasília, pode receber reforço no policiamento. O pedido foi apresentado pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e recebeu parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Nesta segunda-feira (25), a solicitação foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o documento, a medida tem como objetivo assegurar a “aplicação da lei penal”. A PGR entende que a Polícia Federal pode ampliar a vigilância nos arredores da casa de Bolsonaro, sem causar transtornos à vizinhança nem invadir a esfera privada do réu.

“Parece ao Ministério Público Federal de bom alvitre que se recomende formalmente à polícia que destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas, adotando-se o cuidado de que não sejam intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam perturbadores das suas relações de vizinhança”, destacou a PGR.

Prisão domiciliar de Bolsonaro

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após assinar o termo judicial no condomínio onde mora, em Brasília. A decisão ocorreu devido ao descumprimento de medidas cautelares determinadas por Alexandre de Moraes.

Desde 18 de julho, o ex-presidente cumpre restrições impostas pelo STF, entre elas:

  • Proibição de contato com embaixadores e autoridades estrangeiras;
  • Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por terceiros;
  • Vedação de receber visitas de investigados em ações da chamada “trama golpista”;
  • Proibição de aproximação ou acesso a embaixadas e consulados estrangeiros.

Com a nova decisão, as restrições foram ampliadas:

  • Bolsonaro permanece com tornozeleira eletrônica;
  • Está proibido de sair de casa, receber visitas sem autorização do STF e utilizar telefone celular;
  • Apenas advogados e familiares que residem na casa (como Michelle Bolsonaro e a filha do casal) podem ter contato direto com ele;
  • Visitantes autorizados não podem portar celular, tirar fotos ou gravar imagens.

Na próxima terça-feira (2 de setembro), Bolsonaro e outros sete réus do chamado núcleo 1 da trama golpista serão julgados pela Primeira Turma do STF.