A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) expressou forte oposição à recente autorização do governo dos Estados Unidos para que a CIA realize operações secretas em território venezuelano. Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira (15), o partido classificou a medida como uma grave afronta à soberania da Venezuela e uma clara violação do direito internacional.
O comunicado do PT enfatiza o caráter “inaceitável e deplorável” da decisão norte-americana, argumentando que tais ações carecem de base legal e de qualquer justificativa investigativa. A legenda reafirma seu compromisso com os princípios da não ingerência e da autodeterminação dos povos, pilares da política externa que defende.
A reação do PT provocou debates acalorados no cenário político. O advogado e comentarista Luís Augusto Durso ponderou sobre os riscos de o Brasil se envolver em disputas dessa natureza, ressaltando a complexidade da situação: “É o típico conflito do qual não devemos participar. Não há lado certo: Maduro mantém um regime ditatorial, mas os Estados Unidos também não têm autoridade para agir como polícia mundial”.
Durso também alertou para o potencial desgaste político que o posicionamento do PT pode gerar para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerando sua recente aproximação com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. “Apoiar ou demonstrar simpatia por uma ditadura nunca é positivo, e isso pode respingar na imagem de Lula”, analisou o comentarista.
O analista acrescentou, ainda, que, apesar da autorização para as operações da CIA, não há declaração formal de guerra nem movimentações militares em solo venezuelano. “Enquanto isso não acontece, o ideal é esperar”, concluiu Durso, ao comentar sobre o papel limitado da ONU em conflitos internacionais.
