Protestos Pró-Palestina Param Volta da Espanha e Levantam Críticas Internacionais ao Governo Sánchez

A etapa final da Volta da Espanha foi interrompida por manifestações pró-Palestina em Madri, gerando uma onda de reações. O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, expressou sua “profunda admiração” pela mobilização da sociedade civil, reacendendo o debate sobre a relação da Espanha com Israel e o direito ao protesto.

Sánchez defendeu o direito de manifestação pacífica, afirmando que “enquanto não cessar a barbárie, nem a Rússia nem Israel devem estar em nenhuma competição internacional”. Essa declaração surge em meio a tensões crescentes, com a Espanha reconhecendo o Estado da Palestina em 2024 e adotando medidas para restringir a venda de armas a Israel.

A interrupção da Volta gerou críticas da oposição de direita, que acusa Sánchez de negligência e até de incentivar os protestos. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, chegou a classificar o governo espanhol como “uma vergonha para a Espanha”, acusando-o de encorajar os manifestantes.

A União Ciclista Internacional (UCI) também expressou seu descontentamento, questionando a capacidade da Espanha de sediar grandes eventos esportivos internacionais. O diretor da Volta da Espanha, Javier Guillén, mostrou-se preocupado com o impacto dos protestos em futuros eventos, como o início do Tour de France em Barcelona em 2026.

Em resposta às críticas, a Federação das Comunidades Judaicas da Espanha (FCJE) condenou a violência e alertou para o risco de retrocesso democrático e divisão social. A polêmica reacende o debate sobre a liberdade de expressão, os limites do protesto e o papel do governo espanhol em um cenário geopolítico complexo.