Profissional de enfermagem é furada por agulha usada em paciente com HIV

Uma técnica de enfermagem de 53 anos foi acidentalmente furada por uma agulha utilizada em um bebê soropositivo no Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte. O incidente ocorreu durante uma coleta de sangue, e a mãe da criança, de 25 anos, foi presa em flagrante.

A vítima relatou ter sentido “desespero” diante do risco de contaminação e criticou a falta de apoio institucional. Segundo ela, serão necessários 29 dias de tratamento preventivo com coquetel antirretroviral para reduzir o risco de infecção.

Além disso, a enfermeira apontou que não há acolhimento adequado nem suporte para relatar agressões que ocorrem no ambiente de trabalho: “Mesmo pessoas que testemunham os fatos acabam me deixando sozinha”, afirmou.

O sindicato que representa os profissionais no hospital confirmou que casos de agressão são frequentes e criticou a inércia da gestão local. Devido à gravidade da situação, a vítima teve que buscar apoio policial por conta própria para registrar boletim de ocorrência, sendo assistida apenas pelo sindicato e por colegas.

Em nota, a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) expressou pesar pelo ocorrido e informou que prestou assistência à servidora, seguindo os protocolos institucionais para exposição a material biológico potencialmente contaminado. A instituição também ressaltou que repudia qualquer forme de violência contra funcionários e afirmou estar colaborando com as autoridades competentes.

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou a prisão da mulher responsável pelo ato e informou que a detenção foi ratificada por prática de crime previsto no Código Penal relacionado à transmissão de doença grave. Ela permanece à disposição da Justiça.