Professor do Crime: Golpista Preso no Rio Ensinava Fraudes em Curso de R$600

André Roger Vieira, 36 anos, conhecido como o “professor do crime”, foi preso em flagrante no Rio de Janeiro. Ele é acusado de comandar um esquema de fraudes que movimentou mais de R$ 3 milhões em diversos estados brasileiros. Além de aplicar golpes, Vieira vendia um curso por R$600, onde ensinava técnicas de estelionato e fraude com cartões de crédito.

A prisão de Vieira ocorreu no dia 20 de agosto, em uma cobertura de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. O estelionatário, natural de Santa Catarina, era considerado um dos maiores em atividade no país. A Justiça já havia expedido nove mandados de prisão contra ele por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, furto e organização criminosa.

A investigação que culminou na prisão de Vieira começou após ele alugar um apartamento de luxo em Cabo Frio, na Região dos Lagos. O contrato, no valor de R$ 167 mil, nunca foi pago. “O golpe só foi descoberto quando as vítimas perceberam que o documento usado para o contrato era falso, mas trazia a foto real do criminoso”, informou a Polícia Civil.

As fraudes de Vieira envolviam uma complexa rede de empresas de fachada. A KingPhone, empresa de telefonia, aplicava golpes em franqueados e clientes em mais de 20 cidades. O esquema consistia em oferecer produtos a preços abaixo do mercado, exigir pagamento adiantado e, posteriormente, não realizar a entrega, causando prejuízos superiores a R$ 3 milhões.

O dinheiro obtido com os golpes era utilizado para abrir novas empresas de fachada, como a KingGold (joias) e a KingCars Master (concessionária). Parte dos lucros ilícitos era lavada em nome da companheira de Vieira, Suelen Einick, que registrava carros de luxo como Camaro, Range Rover e BMW. Vieira já possuía condenações que somavam 48 anos de prisão em Santa Catarina, mas utilizava identidades falsas para tentar escapar da Justiça, inclusive registrando o próprio filho com um nome fictício.

A Polícia Civil acredita que a prisão de Vieira pode encerrar uma série de golpes que deixaram um rastro de prejuízos em Santa Catarina, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro. A investigação continua para identificar e responsabilizar outros envolvidos no esquema.