O príncipe Andrew, filho da falecida rainha Elizabeth II, renunciou ao seu título real, um movimento drástico impulsionado pelo crescente escrutínio público em relação à sua controversa associação com o falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein. A decisão marca um novo capítulo na crise que assola a imagem da realeza britânica, intensificada por alegações de abuso sexual e conexões sombrias.
Em um comunicado oficial, o príncipe Andrew justificou sua decisão, afirmando que as contínuas acusações contra ele estariam prejudicando o trabalho de Sua Majestade e da Família Real. “Após conversar com o rei [Charles III, seu irmão] e com minha família, concluímos que as acusações constantes contra mim prejudicam o trabalho de Sua Majestade e da Família Real”, declarou o príncipe, buscando enfatizar seu senso de dever para com a monarquia. “Decidi, como sempre fiz, priorizar meu dever com a minha família e o meu país”, acrescentou.
A renúncia imediata ao título de Duque de York simboliza o isolamento do príncipe Andrew, que já havia sido afastado de suas funções públicas em 2019. As revelações sobre sua amizade com Epstein, que foi encontrado morto na prisão em 2019 enquanto aguardava julgamento por crimes sexuais, geraram indignação pública e colocaram a realeza em uma situação delicada. O príncipe, de 65 anos, negou veementemente as acusações de agressão sexual.
A proximidade com Epstein continua a assombrar o príncipe, especialmente com a iminente publicação póstuma de um livro de memórias de Virginia Giuffre, uma das vítimas de Epstein. Trechos divulgados pela imprensa detalham encontros alegados com o príncipe quando Giuffre tinha apenas 17 anos. Ela alegava que Andrew se comportava como se ter relações sexuais com ela fosse um “direito inato”, descrevendo um encontro em Londres, na residência de Ghislaine Maxwell, cúmplice de Epstein. Giuffre, que cometeu suicídio em abril, havia iniciado ações legais contra Andrew em 2021.
Embora tenha evitado um julgamento em Nova York mediante um acordo financeiro multimilionário, o príncipe Andrew permanece afastado de qualquer papel público desde 2019. Ele também perdeu seus títulos militares e patronatos reais em 2022. No entanto, apesar da abdicação, ele manterá o título de príncipe, um direito inerente à sua posição como filho da rainha Elizabeth II.
