Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, declarou à Jovem Pan que o partido está disposto a negociar um texto de anistia para presos e condenados por tentativa de golpe após as eleições de 2022. A declaração sinaliza uma mudança de estratégia, buscando um caminho que possa ser viabilizado politicamente.
Embora o PL defenda inicialmente uma anistia ampla, que inclusive tornaria Jair Bolsonaro elegível novamente, Valdemar reconhece a necessidade de concessões. Segundo ele, o objetivo é construir um texto que tenha chances reais de aprovação no Congresso Nacional. Líderes de centro já indicaram preferência por um formato que diminua as penas, sem, contudo, perdoar totalmente os envolvidos.
Valdemar enfatizou que a decisão do STF será respeitada, e que o foco agora se volta para o debate político. “Temos que respeitar a decisão da Justiça. O que vamos fazer agora é trabalhar a anistia, para que seja dada uma anistia plena”, afirmou, indicando que a prioridade é evitar que Bolsonaro seja preso em regime comum.
A definição sobre a proposta de anistia deve ocorrer em até 30 dias, conforme estimativa de Valdemar. Caso a anistia não avance, o PL iniciará discussões sobre um possível substituto para Bolsonaro nas eleições de 2026. A decisão final sobre o nome, no entanto, caberá ao próprio ex-presidente.
“O Bolsonaro só vai se manifestar quando se encerrar esse processo. Na Justiça já encerrou, agora vamos ver a parte política”, concluiu Valdemar, sinalizando que o futuro político de Bolsonaro e do PL depende crucialmente do desfecho das negociações em torno da anistia.
