PF Solicita ao STF Proteção para Mauro Cid e Família Após Delação Explosiva sobre Trama Golpista

A Polícia Federal (PF) formalizou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e seus familiares sejam incluídos no Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. A medida visa garantir a segurança do militar e de sua família em decorrência da colaboração premiada que ele firmou no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.

No documento encaminhado ao STF, a PF justifica a solicitação como uma “ação indispensável à preservação da integridade física do réu e de seus familiares”. A delação de Cid, considerada crucial para o avanço das investigações, expôs o ex-ajudante de ordens a potenciais riscos, o que motivou o pedido de proteção integral.

A colaboração de Mauro Cid foi fundamental para a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão. O próprio Cid foi sentenciado a 2 anos, pena que já transitou em julgado, com o cumprimento determinado por Moraes. Sua participação nas investigações, revelando detalhes da chamada “minuta do golpe”, o transformou em uma figura central no processo.

Recentemente, durante audiência no STF, a defesa de Cid solicitou a extinção da punibilidade da pena e pediu esclarecimentos sobre seu possível retorno ao Exército. Após quase dois anos sob monitoramento eletrônico, sua tornozeleira foi retirada e ele formalizou o pedido de passagem para a reserva das Forças Armadas.

As revelações de Cid detalharam um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter Bolsonaro no poder. Por ter colaborado com a Justiça, Cid obteve uma pena mais branda em comparação com outros envolvidos na trama. A Polícia Federal, diante dos riscos potenciais decorrentes de sua delação, considera imprescindível a proteção tanto do militar quanto de seus entes queridos.