Um relatório sigiloso da Polícia Federal (PF) expõe uma intensa movimentação financeira nas contas do ex-presidente Jair Bolsonaro entre março de 2023 e fevereiro de 2024. O montante total transacionado ultrapassa os R$ 30,5 milhões, levantando novas questões sobre a origem e o destino dos recursos. A investigação, que segue em andamento, busca esclarecer a natureza dessas operações financeiras.
Os dados detalhados do relatório indicam que os créditos nas contas de Bolsonaro somaram R$ 30.576.801,36, enquanto os débitos alcançaram R$ 30.595.430,71. Um dado que chama a atenção é a expressiva utilização do sistema PIX, responsável por 60% dos valores recebidos. A PF busca agora identificar a origem desses pagamentos instantâneos e sua relação com as atividades do ex-presidente.
Além do PIX, grande parte do valor recebido foi investida em Certificados de Depósito Bancário (CDB) e Recibos de Depósito Bancário (RDB). O Partido Liberal (PL) figura como o principal remetente de valores, realizando múltiplos lançamentos nas contas de Bolsonaro ao longo do período analisado. Essa informação pode indicar a fonte primária de parte dos recursos movimentados.
Entre os gastos identificados, destacam-se pagamentos significativos a escritórios de advocacia responsáveis pela defesa de Bolsonaro. Os advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser, por exemplo, receberam individualmente mais de R$ 3,3 milhões de seus respectivos escritórios. Esses pagamentos representam uma parcela considerável das despesas totais do ex-presidente.
Conforme apurado, essa investigação faz parte de um esforço maior da Polícia Federal para rastrear as movimentações financeiras de Jair Bolsonaro e pessoas ligadas a ele. O objetivo é identificar possíveis irregularidades e determinar se houve prática de crimes financeiros. A PF segue reunindo provas e analisando os dados bancários para a conclusão do inquérito.