A Polícia Federal (PF) mantém uma cela especial pronta para receber o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em caso de eventual ordem de prisão. Localizada no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, em Brasília, a cela individual está equipada com cama, mesa de trabalho, cadeira, televisão e banheiro privativo, garantindo condições básicas de custódia. A preparação do espaço, segundo fontes internas, visa atender a qualquer autoridade que venha a ser detida.
Internamente, a cela já é referida por alguns policiais como a “cela de Bolsonaro”, refletindo a crescente expectativa em torno do futuro jurídico do ex-presidente. A estrutura é comparável àquela utilizada para abrigar o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba, entre 2018 e 2019, bem como ao espaço onde Fernando Collor de Mello permaneceu detido em Maceió. Essa similaridade sugere um padrão de tratamento para ex-presidentes sob custódia.
Embora a cela na PF esteja pronta, a decisão final sobre o local de eventual custódia de Bolsonaro ainda não foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo integrantes da PF, outras opções em análise incluem um batalhão militar, considerando a patente de ex-capitão do Exército de Bolsonaro, e uma unidade da Polícia Militar do DF, como ocorreu com o ex-ministro Anderson Torres. A escolha dependerá de diversos fatores e considerações legais.
A preparação da cela ganhou destaque após o indiciamento de Bolsonaro pela PF por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. As investigações apontam para uma suposta atuação conjunta de Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para pressionar os Estados Unidos a sancionar o Brasil e influenciar a Justiça, visando interromper processos relacionados ao plano de golpe de Estado.
A possibilidade de prisão em regime fechado tem intensificado a tensão no meio político e no entorno do ex-presidente. Assessores relatam que Bolsonaro acompanha de perto os movimentos do STF e avalia estratégias jurídicas para evitar a detenção. “O ex-presidente está monitorando cada passo e confiante na sua defesa”, afirmou um aliado próximo, sob condição de anonimato. Enquanto isso, opositores veem a cela especial como um indicativo concreto de que uma eventual prisão pode estar próxima, caso o STF considere as provas suficientes para justificar a medida.
