A recente decretação da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes após a suspeita de tentativa de violação de sua tornozeleira eletrônica, levantou questões cruciais sobre os possíveis planos de fuga que levaram a Polícia Federal a acreditar em um risco real de evasão. As investigações se intensificaram para identificar as possíveis rotas que poderiam ter sido utilizadas.
De acordo com informações divulgadas pelo Intercept Brasil, a PF passou a analisar cenários de possível fuga, focando em um aeródromo privado pertencente à família Piquet. O aeródromo, localizado a poucos metros do condomínio onde Bolsonaro reside, já havia sido alvo de especulações, mas foi formalmente reavaliado pela corporação após a ordem de prisão.
A estrutura, registrada na ANAC como pista privada, possui 590 metros de extensão, iluminação para operações noturnas e diurnas, sendo adequada para aeronaves como monomotores, bimotores leves e helicópteros. A operação do aeródromo é conduzida por Geraldo Piquet Souto Maior, irmão de Nelson Piquet, ambos conhecidos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.
Segundo a apuração do Intercept, a PF avalia realizar diligências no local, analisando imagens e levantando registros. Além disso, Geraldo Piquet poderá ser ouvido caso surjam elementos que justifiquem medidas formais. A investigação busca determinar se a estrutura poderia ter sido considerada em um eventual plano de fuga. “Não há prova de tentativa concreta de uso do aeródromo, apenas a necessidade de verificar se a estrutura poderia ter sido considerada no contexto da fuga”, informou o Intercept.
A proximidade entre Bolsonaro e a família Piquet, bem como as características do aeródromo, contribuíram para que a possibilidade entrasse no escopo da investigação. A PF continua analisando documentos e estruturas que possam ter sido cogitadas como rotas de fuga, sempre dentro do contexto que levou à prisão preventiva por risco de evasão.



