A Polícia Federal (PF) investiga se o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) utilizou a conta bancária de sua esposa, Heloisa Bolsonaro, para ocultar repasses financeiros feitos por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A suspeita surgiu a partir de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que identificou movimentações atípicas.
O relatório do COAF, solicitado pela PF, aponta para um padrão de depósitos que indicam uma tentativa de burlar os mecanismos de controle legal. Os repasses de Jair Bolsonaro para Eduardo seriam “substanciais, reiterados e fracionados”, segundo o documento, levantando suspeitas sobre a origem e o destino dos recursos.
No centro da investigação está uma série de transações realizadas em maio deste ano. Em um único dia, 13 de maio, Jair Bolsonaro teria realizado sete transferências para o filho, totalizando R$ 2.666.000,00. Os valores foram divididos em seis depósitos de R$ 111 mil cada e um depósito de R$ 2 milhões.
Pouco tempo depois, em 29 de maio, Eduardo Bolsonaro realizou uma operação de câmbio no valor de R$ 1.661.835,76. Em seguida, repassou R$ 200 mil para a conta de Heloisa Bolsonaro, dividindo o valor em três depósitos. A PF suspeita que essa manobra teve como objetivo camuflar a origem dos recursos.
Além disso, a investigação apura uma transferência de R$ 2 milhões de Jair Bolsonaro para sua esposa, Michelle Bolsonaro, realizada em 4 de junho. Os investigadores acreditam que essa movimentação financeira pode ter tido como objetivo evitar possíveis bloqueios judiciais e financiar atividades de Eduardo Bolsonaro no exterior.
