O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, elevou o tom contra os Estados Unidos, classificando como “assassinato” a ação militar que resultou na morte de 11 pessoas em uma lancha no Mar do Caribe. O ataque, segundo o governo americano, teve como alvo supostos membros do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua.
Petro, o primeiro líder de esquerda a governar a Colômbia, questionou a necessidade de letalidade na operação. “É um assassinato em qualquer parte do mundo”, declarou o presidente em sua conta no X (antigo Twitter), defendendo que os suspeitos deveriam ter sido capturados em vez de mortos.
As declarações de Petro ocorrem em um momento de crescente tensão regional. Os EUA intensificaram sua presença militar no Caribe, alegando combate ao narcotráfico, enquanto a Venezuela denuncia a movimentação como uma ameaça à sua soberania. Washington aumentou a recompensa por informações que levem à captura do presidente venezuelano Nicolás Maduro, acusado de liderar uma organização criminosa.
Apesar das críticas, Petro reafirmou o compromisso da Colômbia com a luta contra o narcotráfico, ressalvando que a colaboração de seu governo está “subordinada ao direito internacional”. A declaração sinaliza um possível ponto de atrito na relação entre Colômbia e Estados Unidos, tradicionalmente parceiros na área de segurança.
O governo dos EUA ainda não se manifestou oficialmente sobre as declarações de Petro. A escalada verbal ocorre em meio a um cenário geopolítico complexo, com a Venezuela convocando reservistas militares e os EUA enviando dez caças para Porto Rico, aumentando a apreensão na região.