A Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar crimes de perseguição e violência política de gênero contra a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e outras mulheres. A ação, que ocorreu nesta terça-feira (9), foi motivada por um padrão de assédio revelado em mensagens enviadas à parlamentar por um suposto perseguidor.
As mensagens, obtidas pelo Metrópoles, revelam um conteúdo perturbador. Em um dos e-mails, o remetente, identificado como “Ítalo Almeida Gala”, dirigiu-se à senadora como “mamãe”, pedindo um quarto para morar com ela e declarando seu amor de forma insistente.
O assédio escalou no dia seguinte, quando o mesmo remetente enviou três fotos de seu pênis à senadora, reiterando o pedido para morar com ela e mencionando um “amigo”. As mensagens continuaram no dia 7 de novembro, com o mesmo tom afetivo e o pedido persistente por um quarto.
Na terça-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em Duque de Caxias (RJ) na Operação Assédio. A investigação também apura casos envolvendo outras vítimas, como a deputada federal de Goiás, Silvye Alves (UB). A Justiça determinou medidas restritivas ao investigado, incluindo a proibição de acesso à internet, contato com as vítimas e saída da Região Metropolitana do Rio de Janeiro sem autorização judicial.
A PF ressaltou que a ação visa combater a violência política de gênero, que busca intimidar e silenciar mulheres na vida pública. Segundo os investigadores, o comportamento do suspeito configura perseguição sistemática, com ataques direcionados às parlamentares para interferir no exercício de suas funções. Em suas redes sociais, Soraya Thronicke se manifestou: “Hoje veio à tona mais um caso que escancara o que muitas de nós enfrentamos em silêncio: o assédio e a violência contra as mulheres.”
A assessoria da senadora informou que Thronicke não foi avisada previamente sobre a operação, mas confia no trabalho da Polícia Federal. Ao longo de seu mandato, a parlamentar já foi alvo de ameaças e assédios, evidenciando atitudes sexistas e criminosas contra mulheres em cargos públicos.
