Paulo Planet Buarque, figura emblemática do jornalismo esportivo brasileiro, marcou época nos Diários Associados, Gazeta Esportiva, Rádio Panamericana (Jovem Pan), Bandeirantes e TV Record. Nascido em outubro de 1927, o advogado são-paulino construiu uma sólida carreira de 30 anos no Tribunal de Contas do Município, conciliando o direito com a paixão pela comunicação. Atualmente, aos cuidados da família, seu legado permanece vivo na memória dos amantes do esporte.
A trajetória de Buarque nas Copas do Mundo começou em 1950, no Brasil, mas foi em 1970, no México, que ele alcançou um feito singular. Convidado pelo empresário mexicano Emilio Azcárraga, Paulo Planet Buarque narrou a Copa do Mundo pela Televisa, mesmo sem nunca ter exercido a função e em um idioma diferente. Ao lado do mexicano Pedro Carbajal, ele aceitou o desafio e eternizou seu nome na história da competição.
Após a histórica vitória do Brasil sobre a Itália por 4 a 1, que consagrou o tricampeonato mundial, Buarque protagonizou um momento inesquecível no Estádio Azteca. Antes da cerimônia de entrega da taça, ele usou o alto-falante para solicitar aos torcedores brasileiros e mexicanos que desocupassem o gramado. “Aos irmãos brasileiros e mexicanos que estão no campo, queiram fazer a gentileza de deixar o local para que seja possível darmos uma demonstração de educação esportiva e para que seja possível reconduzirmos a Copa Jules Rimet”, disse ele na ocasião.
Em 2003, Paulo Planet Buarque lançou um livro de memórias, revisitando sua rica trajetória no jornalismo e no esporte. Em entrevista ao jornalista José Armando Vannucci na Jovem Pan, ele compartilhou histórias e reflexões sobre sua carreira. Sua contribuição para a imprensa brasileira e sua ousadia como narrador em espanhol na Copa de 70 o consagraram como um dos grandes nomes do jornalismo esportivo nacional.