Oposição articula transformar CPMI do INSS em nova investigação com potencial de abalar o governo Lula

Após vencer a disputa pela presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, a oposição no Congresso Nacional busca agora ampliar o escopo das investigações. O objetivo é transformar a CPMI em um novo foco de desgaste para o governo Lula, mirando em temas sensíveis como a proteção social e a gestão de recursos previdenciários.

A estratégia da oposição se assemelha à utilizada na CPI da Covid, que investigou a atuação do governo Bolsonaro durante a pandemia. A intenção é expor supostas falhas administrativas, irregularidades e até mesmo suspeitas de corrupção, buscando criar um impacto político similar ao que ocorreu em 2021, quando a CPI da Covid abalou a popularidade do então presidente.

A derrota do governo na eleição da mesa diretora da CPMI, com a eleição de Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência e Alfredo Gaspar (União-AL) para a relatoria, demonstra uma fragilidade na articulação governista no Congresso. Esse cenário fortalece a oposição em um ano que antecede as eleições, aumentando a pressão sobre o Palácio do Planalto.

A CPMI do INSS investigará denúncias de fraudes bilionárias no sistema previdenciário, com foco em descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas. A comissão planeja convocar ex-ministros da Previdência desde o governo Dilma Rousseff, dirigentes do INSS e até mesmo ministros do atual governo Lula, como Jorge Messias (AGU), Vinícius Carvalho (CGU) e Ricardo Lewandowski (Justiça).

Com mais de 400 requerimentos já protocolados, a oposição busca acelerar as convocações e quebras de sigilo, com o objetivo de criar fatos políticos relevantes semanalmente. Lideranças oposicionistas também articulam a ampliação do escopo das investigações, incluindo suspeitas envolvendo empréstimos consignados e contratos de comunicação, buscando ampliar o impacto da CPMI sobre o governo.