Operação ‘Carbono Oculto’: Haddad Revela Nova Estratégia Contra Crime Organizado e Aponta Desvios Bilionários

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a Operação Carbono Oculto como um marco no combate ao crime organizado no Brasil. Em entrevista ao programa “Canal Livre”, da Band, Haddad enfatizou que a operação atingiu áreas sofisticadas do mercado financeiro, revelando um esquema que envolve cifras expressivas e com potencial para crescer. A iniciativa, segundo o ministro, representa uma inovação na forma como o governo federal enfrenta a criminalidade econômica.

Haddad ressaltou a magnitude dos valores envolvidos, estimando que as investigações podem revelar centenas de bilhões de reais lavados pelo crime organizado. Ele citou o caso de São Paulo, onde já foram identificados R$ 52 bilhões em movimentações suspeitas, indicando que este é apenas o começo da apuração. “Não tenho dúvidas de que com o aprofundamento das investigações, a operação chegaria a centenas de bilhões de reais lavados pelo crime organizado”, afirmou Haddad.

O ministro também comentou sobre a polêmica envolvendo a tentativa da Receita Federal de monitorar transações via Pix. Haddad criticou a disseminação de notícias falsas sobre o tema, alegando que isso prejudicou o trabalho dos investigadores. Ele mencionou um vídeo divulgado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como exemplo de desinformação que gerou obstáculos à fiscalização.

Deflagrada em colaboração com diversos órgãos, incluindo a Polícia Federal e o Ministério Público, a Operação Carbono Oculto é considerada a maior já realizada no país contra organizações criminosas atuantes na economia formal. O foco da operação é um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis, que utilizava fintechs, fundos de investimento e redes de postos para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

As investigações revelaram que uma fintech, atuando como um banco paralelo, movimentou R$ 46 bilhões em um período de cinco anos. Além disso, cerca de 40 fundos de investimento foram utilizados para proteger ativos ilícitos, estimados em R$ 30 bilhões, demonstrando a complexidade e o alcance do esquema criminoso.